Engenharia reversa aplicada na investigação de fraudes

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A definição da engenharia reversa

A supremacia marítima de Cartago durante a primeira das Guerras Púnicas quase deixou Roma de joelhos na batalha pelo Mediterrâneo. Diante dessa situação, engenheiros romanos construíram, através de engenharia reversa, diversos navios idênticos aos cartagineses. Com isso, venceram a 1ª Guerra Púnica e se consolidaram como a potência do Mediterrâneo.

Em 241 a.C., os romanos afundaram cinquenta navios cartagineses na Batalha de Aegus. O princípio básico da engenharia reversa, que consiste em descobrir os princípios tecnológicos e o funcionamento de um dispositivo ou objeto para replicá-lo ou aprimorá-lo, se manteve essencialmente o mesmo desde a Antiguidade até hoje.

Empresas de tecnologia, por exemplo, utilizam em larga escala o método para o desenvolvimento de novos produtos, para acompanhar ou superar suas concorrentes. Mas, além de fins militares e industriais, a engenharia reversa pode ser de grande valia para um credor que queira recuperar o seu crédito. Para isso, pensar como o devedor é essencial para que essa estratégia seja bem sucedida.

Os obstáculos estruturados pelo devedor

Um devedor bem assessorado é capaz de estruturar uma rede societária que dificulta muito os credores na busca pelo crédito a ser recuperado. Lançando mão de empresas holding ou administradoras de bens, migrando a atividade para outra área de atuação, utilizando empresas offshore, dentre outras estratégias, boa parte delas legais, o devedor pode tornar seu patrimônio uma entidade hermética e inalcançável para o credor.

A partir desse contexto, cabe ao credor, ou alguma assessoria, tentar desvendar o sistema montado pelo devedor. O credor deve estar munido de uma mentalidade de devedor para que a engenharia reversa seja bem sucedida, especulando de que maneira poderia esconder seus bens de credores ávidos pelo seu crédito.

No intuito de ter o panorama mais amplo o possível, deve-se abrir a rede empresarial do devedor, investigar os membros de sua família ou pessoas que pareçam suspeitas e as informações obtidas, para que se possa descobrir o padrão de atuação do devedor.

Alguns devedores fazem esse planejamento com uma estrutura enxuta, enquanto outros utilizam diversas empresas numa rede societária complexa. Portanto, não existe modelo ou fórmula pronta do sistema a ser investigado, o que dificulta sua aplicação.

Ainda que não exista um padrão imutável, algumas estratégias e manipulações societárias podem indicar que existe um planejamento por parte do devedor para se resguardar dos credores. Deve-se ficar atento a alguns tipos societários como, por exemplo:

  • EIRELIs e sociedades anônimas fechadas
  • A existência de holdings ou administradora de bens
  • A total ausência de bens em nome do devedor em questão
  • Passivo elevado, que não suportaria as condições de vida que o devedor em questão tem
  • Entre outros indícios de que o devedor está bem protegido (ou acredita que está) dos credores.

A Leme utiliza engenharia reversa em suas investigações?

Apesar de, a princípio, a lógica da engenharia reversa ser simples, um credor comum provavelmente não dispõe do conhecimento ou ferramentas para realizá-la de maneira assertiva.

Por isso, uma consultoria especializada pode ser o caminho para a recuperação do crédito, justamente por possuir uma equipe com boa noção de direito societário, contabilidade, dentre outros ramos do conhecimento necessários para desvendar a estrutura do devedor.

A Leme Inteligência Forense tem como uma de suas frentes a investigação, realizando engenharia reversa de maneira recorrente para oferecer um resultado satisfatório para o cliente e maximizar suas chances de recuperar o crédito.

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